
Cibersegurança: A Maior Ameaça à Sustentabilidade das Empresas
Não há margem para dúvidas: nenhuma ameaça é maior para uma empresa do que um ciberataque. Apesar de muitos receios atuais estarem centrados na Inteligência Artificial e no seu impacto sobre os empregos e setores inteiros, são os ciberataques que continuam a representar o risco mais sério para os líderes empresariais, independentemente da dimensão da organização.
À medida que a IA se torna mainstream e a tecnologia avança, o risco de sofrer um ciberataque cresce exponencialmente. Estes ataques resultam em milhões de euros em perdas, para além de impactos difíceis de quantificar em termos de operações, reputação, confiança dos clientes e continuidade de negócio.
Em 2024, o custo médio de uma violação de dados nos EUA atingiu os 4,88 milhões de dólares.
Pequenas e médias empresas em risco crescente
Os dados do nosso CEO Confidence Index mostram uma tendência preocupante: o número de PME afetadas por ciberataques está a aumentar.
- Em dezembro de 2024, 5% dos CEOs inquiridos relataram incidentes com perda ou comprometimento de dados (em 2023, eram 4%).
- 20% disseram ter sofrido incidentes sem perda de dados
- 27% indicaram que um cliente ou fornecedor próximo foi alvo de um ataque cibernético.
Mas há também sinais positivos
Verificamos um crescimento na preparação para ciberataques.
- 58% dos CEOs afirmam ter uma estratégia atualizada, revista pelo menos uma vez por ano — um aumento significativo face aos 38% em 2017.
Contudo, a exposição continua elevada:
- 17% têm uma estratégia desatualizada
- 16% não têm qualquer plano
- 9% estão a trabalhar numa estratégia, mas ainda não a têm implementada
Ou seja, 42% das PME continuam altamente vulneráveis a ciberataques.
Cibersegurança já não é opcional — é obrigatória
Num mundo em que a tecnologia evolui a ritmo acelerado, uma estratégia de cibersegurança robusta deixou de ser uma boa prática para se tornar uma obrigação básica de proteção para qualquer negócio e os seus clientes.
Mesmo entre os 95% dos líderes que ainda não enfrentaram um ataque com impacto direto, os riscos continuam a aumentar — seja pela complexidade dos ataques, seja pelo custo potencial envolvido.
Três recomendações críticas para qualquer CEO
Seja para quem está a começar ou para quem já tem um plano em curso, aqui ficam três aspetos fundamentais (e muitas vezes esquecidos):
1.
Ter um plano de resposta
Nenhum CEO pode partir do princípio de que o ataque “não vai acontecer com a sua empresa”.
É vital ter uma estratégia proativa e um plano de resposta para diferentes cenários de risco:
- Como responder a pedidos de resgate?
- Temos backups seguros e acessíveis?
- Como comunicamos falhas internamente e ao mercado?
Estas são apenas algumas das perguntas que os líderes devem fazer com regularidade.
2.
Conhecer os fornecedores externos
É essencial trabalhar em conjunto com as equipas de IT para identificar e auditar todos os fornecedores, plataformas e ferramentas digitais utilizadas na empresa.
Brechas originadas por terceiros são, em média, 40% mais dispendiosas do que as internas. Por isso, não se pode assumir que um fornecedor é seguro sem verificação.
3.
Formar todos os colaboradores
Os colaboradores continuam a ser o elo mais fraco da segurança digital — e os hackers sabem disso. Com IA generativa, é cada vez mais fácil criar emails e chamadas falsas extremamente convincentes.
Deepfakes com voz ou vídeo podem enganar facilmente até os mais experientes.
É fundamental que todos os membros da organização estejam formados em cibersegurança, do CEO à receção.
Além de saberem identificar ameaças, os colaboradores devem conhecer os procedimentos para reportar incidentes rapidamente. A formação contínua e a comunicação interna clara são essenciais para reduzir o risco humano.
Conclusão
Cibersegurança é, hoje, responsabilidade direta do CEO.
A Vistage Portugal acredita que proteger a empresa contra ataques digitais é uma necessidade estratégica e financeira.
Com os riscos a crescer e os custos de falhas a escalar, a preparação deixou de ser opcional — é uma prioridade inadiável para qualquer líder que queira proteger o futuro da sua organização.
Artigo original: https://www.vistage.com/research-center/business-operations/business-technology/20250317-cybersecurity/