As muitas pressões da liderança podem levar até os CEOs mais experientes à beira do esgotamento. Muitos fatores contribuem para o esgotamento dos grandes líderes empresariais. Os CEOs podem sentir que o sucesso da empresa – e o sustento dos seus empregados – está sobre os seus ombros. Têm de tomar decisões que exigem uma vigilância constante. O isolamento no topo, onde os líderes não têm pares em quem confiar, exacerba a fadiga mental.

 

A luta para equilibrar a vida pessoal e profissional pode resultar na negligência das relações e do bem-estar. Além disso, os fatores económicos que estão fora do seu controlo – aumento da inflação, tensões geopolíticas, mudanças na dinâmica do local de trabalho e tecnologias emergentes – podem esgotar os líderes empresariais.

 

Quando o esgotamento se instala, surgem padrões comuns: reagir em vez de pensar, perder de vista a estratégia e não delegar tarefas de forma eficaz. Os líderes tornam-se imprevisíveis, hipervigilantes, pouco claros nas suas direções ou mesmo desinteressados. Embora o stress possa surgir periodicamente, o esgotamento manifesta-se através de um trabalho desconcentrado e indisciplinado e de uma falta de alegria.

 

Para combater eficazmente o esgotamento, os grandes líderes implementam as seguintes seis estratégias de prevenção:

 

1. Manter os bons hábitos

 

Os líderes eficazes evitam o excesso de planeamento. Abster-se de reuniões consecutivas e dar prioridade ao tempo de planeamento permite que os líderes atribuam a cada decisão a atenção que merece. Ser disciplinado em relação ao exercício regular e ao sono adequado é fundamental para manter o bem-estar. Os CEOs que estabelecem limites para manter bons hábitos sustentam o desempenho máximo para si próprios e para as suas empresas.

 

2. Procurar apoio dos seus pares

 

O envolvimento com grupos de aconselhamento de pares ou mentores proporciona aos CEOs um espaço confidencial para discutir desafios e receber apoio daqueles que partilham dificuldades de liderança semelhantes. Os grupos de aconselhamento de pares oferecem perspectivas objetivas de líderes que não têm qualquer interesse no resultado do negócio.

 

Os outros CEOs também podem responsabilizar os seus pares pela tomada de decisões eficazes de uma forma que a maioria dos outros não consegue. Ouvir outros casos que já passaram pelos mesmos desafios ajuda os colegas a obter informações. Os grupos de aconselhamento de pares também permitem que os líderes sejam um recurso para os outros, oferecendo a sabedoria da sua experiência.

 

3. Dedicar tempo ao pensamento estratégico

 

Os melhores líderes do mundo também reservam tempo para trabalhar na empresa. A programação regular de tempo ininterrupto para planeamento estratégico e reflexão permite aos CEOs afastarem-se das operações do dia a dia, avaliarem as prioridades e definirem objetivos claros e exequíveis.

 

Ao dedicar tempo a iniciativas estratégicas e ao planeamento a longo prazo, os líderes podem concentrar-se no crescimento e na sustentabilidade da organização, em vez de se limitarem a enfrentar exigências operacionais imediatas.

 

4. Optar pela comunicação direta

 

Muitos CEOs têm relutância em envolver a sua equipa para enfrentar os factos brutais. Quando os CEOs reconhecem que estão esgotados, é altura de delegar imediatamente os principais desafios que a empresa enfrenta à equipa executiva. Isto ajuda a elevar o pensamento da equipa para um nível mais estratégico em torno da missão e da visão. Os executivos que começam a sentir que têm de saber todas as respostas descobrem que é útil começar a fazer mais perguntas à sua equipa, permitindo que todos descubram a verdade e encontrem a solução em conjunto.

 

A comunicação direta também significa substituir o excesso de trocas de e-mails por conversas cara a cara, quer sejam presenciais ou virtuais. Uma comunicação clara reduz a ambiguidade, promove a colaboração e fortalece as relações. Os CEOs mais bem-sucedidos dão prioridade ao diálogo aberto para criar confiança e alinhamento entre as equipas, aumentando a produtividade e a moral.

 

5. Tomar decisões importantes com rapidez

 

Muitas vezes, o esgotamento resulta de questões há muito não resolvidas. A incapacidade de tomar uma decisão crítica que se tem vindo a arrastar – frequentemente envolvendo pessoal – pode aumentar o stress e impedir o progresso. A abordagem direta destas decisões promove a clareza, a eficiência e um ambiente de trabalho mais saudável.

 

6. Concentrar-se nos outros

 

No meio de um stress intenso, os CEO podem entrar em modo de mártir e sentir-se vítimas das circunstâncias. Os grandes CEOs concentram-se no que podem controlar e tomam medidas. Outro antídoto infalível para esse foco intenso em si próprio é abraçar a gratidão e encontrar formas de ajudar os outros. As pessoas começam realmente a descobrir quem são quando ajudam aqueles que estão a passar por dificuldades.

 

Promover ligações significativas e retribuir – seja através de voluntariado, envolvimento numa comunidade religiosa ou simplesmente passando tempo com a família e os amigos – pode transformar imediatamente a mentalidade de um líder. Manter ligações significativas com os colegas, a família e a comunidade permite que os melhores CEOs da sua classe cultivem uma perspectiva equilibrada.

 

Ao incorporar estas estratégias em rotinas consistentes e ao adotar uma abordagem proativa, os líderes eficazes podem gerir o stress da liderança com resiliência e evitar o esgotamento. Manter hábitos saudáveis, promover ligações significativas com os colegas e manter-se concentrado na missão, visão e estratégia não só protege contra o esgotamento, como também cultiva uma cultura empresarial positiva. Quando os líderes se concentram na tomada de decisões fundamentadas, criam um precedente para um local de trabalho próspero.

 

Este artigo, da autoria de Sam Reese, foi primeiramente publicado no Entrepreneur e mais tarde na Vistage US.