Se é um CEO ou um executivo de topo, está ciente de que o stress é inerente à posição que ocupa.

Embora seja impossível eliminar totalmente o stress, existem formas práticas para minimizá-lo. Aqui, partilhamos algumas estratégias destinadas a ajudar os CEOs e outros executivos a gerir o stress.

Para além das tensões específicas das suas funções, os executivos são afetados por uma série de fatores externos. «Os CEOs sentem um conjunto de pressões que a maioria deles nunca viu na sua carreira», afirma David Lyon, Chair da Vistage e antigo diretor de uma empresa de marketing digital.

Estas pressões incluem os efeitos persistentes da pandemia da COVID-19, a economia e os acontecimentos geopolíticos que ocorrem em todo o mundo, afirma Lyon. O mesmo descreve estes fatores como «indissociáveis» do stress que muitos CEOs sentem.

«Quando se tem um tsunami – esta tempestade perfeita de cinco, seis, sete destas coisas importantes a acontecer – pode tornar-se bastante stressante», acrescenta Lyon.

O stress faz parte da vida e, para os executivos e indivíduos de elevado desempenho, nunca se dissipará por completo. Contudo, é crucial gerir e atenuar o stress sempre que possível.

Um estudo de 2021 do National Bureau of Economic Research concluiu que a expetativa de vida dos CEOs diminuiu cerca de 1,5 anos somente devido ao stress causado por uma recessão económica.

Ron Ferguson, Chair da Vistage e antigo executivo de uma empresa fornecedora de equipamento industrial, salienta que o stress dos CEOs tem um impacto negativo na «aptidão mental, no bem-estar físico e na forma como interagem com os outros».

Enquanto sobrevivente de cancro, Ferguson também partilha que a sua doença era hormonal e foi parcialmente alimentada pela quantidade de stress que experienciou ao longo da sua carreira. «O stress manifesta-se no nosso corpo, quer o reconheçamos ou não», afirma.

Estamos cientes de que o stress afeta a nossa saúde física, mental e emocional, no entanto, muitas vezes é mais fácil dizer do que concretizar. Apresentamos cinco maneiras através das quais CEOs e executivos podem mitigar o stress.

O contacto com uma pessoa ou grupo com quem possa partilhar as suas preocupações pode ajudar a identificar e gerir os seus principais fatores de stress.

«Se pensarmos no papel de CEO», diz Lyon, «o ditado pode ser verdadeiro – é solitário no topo».

E prossegue: «Grande parte do stress advém do sentimento de isolamento e solidão.» Lyon sugere que se rodeie de uma comunidade de pessoas em quem possa confiar.

Ferguson concorda. «É espantoso quando alguém fala de algo num grupo e pensa que é o único a lidar com isso. E, de repente, começa a ouvir dos outros: ‘Meu Deus, estou tão feliz por teres falado sobre isso’.»

Quando Ferguson enfrentava o stress durante a Grande Recessão, descobriu uma estratégia baseada em escrever os seus medos. «Escrevi todos os meus medos e não os julguei. Durante os dias seguintes, olhei para cada medo e questionei-me: ‘Isto é real ou está apenas na minha cabeça?

Descobriu que nove dos dez medos que registou «tinham uma probabilidade muito baixa de acontecer».

Ferguson realça que registar os nossos medos retira algum do poder que o medo exerce sobre nós. Para além de perceber que é pouco provável que muitas das suas preocupações aconteçam, este exercício pode ajudá-lo a desviar a atenção de coisas que estão fora do seu controlo.

Um quantidade adequada de sono, exercício físico e uma dieta saudável podem ter um efeito profundo na forma como lida com o stress. Se estiver exausto, por exemplo, é mais provável que um acontecimento aparentemente banal o desencadeie.

Lyon menciona que conhece CEOs que dormem quatro horas por noite. «Creio que isso acarreta um custo real em termos da qualidade da sua liderança e da experiência que vivenciam enquanto empresários – e da sua experiência de vida em geral.»

A implementação de um hábito saudável desencadeia frequentemente um efeito dominó. Lyon observa que, quando faz exercício, dorme e come melhor.

Existe também tecnologia disponível que pode auxiliar os executivos a monitorizar a sua saúde. Ferguson utiliza o Whoop, um dispositivo wearable focado na saúde que rastreia o stress, o sono e outros dados biométricos.

Uma forma de lidar com o stress passa por compreender quais são os seus fatores desencadeantes. Os fatores desencadeantes são situações ou acontecimentos que levam a um aumento do stress, e variam de pessoa para pessoa.

Ao compreender os seus próprios fatores desencadeantes, pode evitá-los ou intencionalmente recorrer a mecanismos de resposta quando essas situações ocorrem.

Lyon acredita que muitos fatores desencadeantes estão associados ao medo, incluindo os Quatro Medos Fatais definidos pelo psicólogo Maxie Maultsby, que incluem o medo do fracasso, de estar errado, da rejeição e de enfrentar emoções desconfortáveis. Quando estes medos surgem, o stress é inevitavelmente desencadeado. Lyon diz que o simples facto de estar consciente dos seus medos faz uma grande diferença.

Uma estratégia poderosa para reduzir o stress é considerar um percurso profissional diferente. A chave aqui é encontrar uma função satisfatória e gratificante onde ainda seja possível fazer a diferença e, ao mesmo tempo, ter menos encargos no dia a dia.

Tanto Ferguson como Lyon encontraram este equilíbrio enquanto Chairs da Vistage. Lyon refere que tem controlo «sobre o acelerador» como coach executivo. Isto permite-lhe ajustar a dimensão do seu negócio de acordo com as suas necessidades.

Ferguson diz que o stress não o afeta como Chair, o que ele atribui à conexão com as pessoas e ao facto de ajudar os líderes a excederem-se. «Não sinto o stress», afirma. «Sinto apenas uma profunda sensação de alegria.»

Muitos CEOs colocam as necessidades dos seus empregados, da sua empresa e das suas famílias à frente das suas próprias. Quando se trata de lidar com o stress, um passo essencial é aprender a fazer do autocuidado uma prioridade.

Enfrentar o stress, seja através da manutenção da sua saúde, da ligação com os outros ou da mudança de carreira, não só o fará sentir-se melhor, como também garantirá que possa ser a melhor versão de si mesmo enquanto líder.

Este artigo foi primeiramente publicado na Vistage US, pode ler a versão original aqui.